Espalhou-se na madrugada seu olhar,
como campeando os motivos
dos tantos rastros deixados,
dos retratos apagados
de quem foi, pra não voltar...
Renasceu na luz de um fogo antigo,
pela estranha benção, ou castigo
de querer, sem alcançar...
De lutar pela paixão de um sonho
e nada mais...
O cavalo, os arreios, as lonjuras,
noite escura, erva buena, imensidão...
Alma de estrelas abraçando o tempo,
tantas esperas retoçando o peito
que já faz tempo, ganhou a liberdade
enfrentando as solidões e tempestades
pela paixão de um sonho
e nada mais.
Campeiro sim, correndo as sesmarias
de pago em pago, recortando os mapas...
qual uma nova incursão farrapa
buscando um naco de dignidade
pelas distâncias do seu próprio chão,
que ainda existem homens de verdade...
que ainda existe fé no coração.
Um ranchinho, já faz anos,
mal se lembra;
A paz, uma flor, uma razão,
e a clara lua do olhar da prenda...
Depois a estrada, a poeira, o infinito
que tomou por seu sem pensar,
atrás de algo que julgou perdido
em algum avesso incerto
das trilhas gastas que compõe o mundo,
ou além de cada novo passo
que estradeia firme, sem jamais voltar.
Espalhou na madrugada seu olhar
com a mesma febre do furor gaudério
que gravou seu nome na figueira antiga,
guardiã dos tempos que vagueiam sós.
Matizou um viver tão diferente,
sem injustiças e desigualdades,
ceifando a fúria das razões covardes
que roubam pão e oferecem pó.
Há tantos retirantes neste tempo,
já descrentes de paz e divindade...
Alguns deixando as cruzes da cidade,
alguns deixando a fome desses campos,
entregues às agruras do destino
que por maula, lhes negou a sorte.
Mas ele não se entrega, ainda resiste,
talvez não mais com o braço firme e forte,
mas com a mesma coragem e tutano
de escrever a sua própria história...
Somando mais derrotas que vitórias,
mas por certo a história de um valente.
Horizontes...
Ah, horizontes são pequenos pra quem nunca pára,
querendo mais do que a visão alcança...
Alimentando a sublime esperança
de encontrar o ouro puro das searas
que esperam ricas num confim do mundo,
dando fortuna aos que souberam crer.
Filhos não teve, ao menos que soubesse...
Deixou raízes já quase desvalidas,
nesta coragem de pechar a cida
que às vezes fecha as portas pra o cristão,
e faz brotar no mais dócil coração
indagações, revoltas, temporais...
Firma o olhar na madrugada fria
numa feição misto futuro e nostalgia,
calando as dores que machucam fundo,
buscando um amanhã bem mais fecundo
co'a paz de quem se foi na ventania
pela paixão de um sonho,
e nada mais!!!
como campeando os motivos
dos tantos rastros deixados,
dos retratos apagados
de quem foi, pra não voltar...
Renasceu na luz de um fogo antigo,
pela estranha benção, ou castigo
de querer, sem alcançar...
De lutar pela paixão de um sonho
e nada mais...
O cavalo, os arreios, as lonjuras,
noite escura, erva buena, imensidão...
Alma de estrelas abraçando o tempo,
tantas esperas retoçando o peito
que já faz tempo, ganhou a liberdade
enfrentando as solidões e tempestades
pela paixão de um sonho
e nada mais.
Campeiro sim, correndo as sesmarias
de pago em pago, recortando os mapas...
qual uma nova incursão farrapa
buscando um naco de dignidade
pelas distâncias do seu próprio chão,
que ainda existem homens de verdade...
que ainda existe fé no coração.
Um ranchinho, já faz anos,
mal se lembra;
A paz, uma flor, uma razão,
e a clara lua do olhar da prenda...
Depois a estrada, a poeira, o infinito
que tomou por seu sem pensar,
atrás de algo que julgou perdido
em algum avesso incerto
das trilhas gastas que compõe o mundo,
ou além de cada novo passo
que estradeia firme, sem jamais voltar.
Espalhou na madrugada seu olhar
com a mesma febre do furor gaudério
que gravou seu nome na figueira antiga,
guardiã dos tempos que vagueiam sós.
Matizou um viver tão diferente,
sem injustiças e desigualdades,
ceifando a fúria das razões covardes
que roubam pão e oferecem pó.
Há tantos retirantes neste tempo,
já descrentes de paz e divindade...
Alguns deixando as cruzes da cidade,
alguns deixando a fome desses campos,
entregues às agruras do destino
que por maula, lhes negou a sorte.
Mas ele não se entrega, ainda resiste,
talvez não mais com o braço firme e forte,
mas com a mesma coragem e tutano
de escrever a sua própria história...
Somando mais derrotas que vitórias,
mas por certo a história de um valente.
Horizontes...
Ah, horizontes são pequenos pra quem nunca pára,
querendo mais do que a visão alcança...
Alimentando a sublime esperança
de encontrar o ouro puro das searas
que esperam ricas num confim do mundo,
dando fortuna aos que souberam crer.
Filhos não teve, ao menos que soubesse...
Deixou raízes já quase desvalidas,
nesta coragem de pechar a cida
que às vezes fecha as portas pra o cristão,
e faz brotar no mais dócil coração
indagações, revoltas, temporais...
Firma o olhar na madrugada fria
numa feição misto futuro e nostalgia,
calando as dores que machucam fundo,
buscando um amanhã bem mais fecundo
co'a paz de quem se foi na ventania
pela paixão de um sonho,
e nada mais!!!
Bom dia,
ResponderExcluirSou professora de literatura e minha aluna e eu gostamos muito da sua poesia. Estamos fazendo uma interpretação conjunta e ficamos em dúvida com relação à expressão "pechar a cida". O que ela significa para a sua obra?
Agradeço a sua atenção.