Não sei se vem de longe este dese- jo que me faz navegar tantos ma- res... Um beijo doce transborda no man- to azul dos meus sonhos, onde pal- pitam luzeiros, pequeninos, deli- cados, que bordam esse semblan- te nestes meus olhos cansados nestes meus olhos perdidos no en- canto dos seus Jaraus. Não sei se vem de longe esta ter- nura que é pele e brisa acarinhan- do a vida... Acarinhando nossa despedida jun- tinto a uma porteira solitária que emoldura a frente do seu lar. Da porteira ela acenava, linda, plena de sonhos e consolações... Vestindo simples de moça do cam- po, sorriso simples de moça do campo e a paz mais pura nos seus olhos brancos, nuvens macias, onde habitam anjos e as esperan- ças do meu coração. Seus olhos não alcançam luas, mas são luar em minhas noites mor- nas... Não alcançam aves que revoam céus, mas são os céus onde o amor revoa... Brancos, seus olhos são fundões de pampa onde o verde não ousou chegar. Da porteira, desafia o mundo, que lhe nega a vista, que lhe nega o céu... Encontra o canto de um sabiá fa- ceiro, o mugir do gado, um relin- cho ao longe de um potrinho gua- po, que recém nasceu. Moça de olhos brancos, dos meus sonhos alvos, quando chego ple- no de violão e entrega, sente mi- nhas canções, que vem falar de amor. Sente a mão do vento deslizar no rosto, e fazer dançar o seu vestido novo que adora tanto, mas nem sabe a cor... Percebo então, num instante, no seu sorriso de aurora, nos seus ges- tos silenciosos de doçura e algodão... Percebo em cada palavra de quem convive com as sombras, com as trevas que se ocultam atrás dos seus olhos brancos, que a vida é benção divina e que nas voltas do mundo pra quem tem luzes na alma não existe escuridão. Meu peito vira galope nos rumos da benquerença... Vou buscar uma porteira, onde uma moça faceira, cheia de sonho e de vida, por certo está a me es- perar. Ouvirá logo de longe, uma coplita saudosa... Levo um amor, que se curva aos pés da "flor" mais formosa, e este botão de rosa, bem da cor do seu olhar!! |
A moça dos olhos brancos
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